A armadilha do conhecimento

Esta foto que representa este tema de hoje, é de onze Ferraris sendo uma preta, e uma BMW na garagem de um único dono!

Incrível, não é?

É muito bonito, gera diversos pensamentos sobre conquistas, sucesso e poder.

Nada contra, até porque os valores de cada um devem ser sempre respeitados.

Agora quando você questiona o porquê prático! Aí sim, aparecem muitas perguntas difíceis de serem respondidas a contento.

A pessoa nunca vai dirigir todos estes carros com frequência, provavelmente não irá emprestar com facilidade aos amigos, e dependendo onde ele resida, dificilmente irá irá pilotar um destes carros a mais de 200 km/h.

E o que isso tem a ver com os temas que sempre abordo por aqui, desenvolvimento pessoal e profissional?

Isto é uma analogia com muitos profissionais que me procuram para se encontrarem na busca de suas evoluções profissionais.

Muitos chegam até mim com uma “garagem” repleta de formações, cursos, diplomas, especializações, e não conseguem transformar tudo isso algo “prático”.

Compraram e armazenaram muitos conhecimentos sem transformá-los em resultados através de execuções que gerem resultados.

Não estou dizendo que buscar conhecimento não seja importante, mas quando entramos a fundo em cada caso pelo autoconhecimento, descobrimos logo que há muitas coisas não necessárias e muito conhecimento sub utilizado.

O problema é que somos conduzidos a consumir conhecimentos, por paradigmas impostos, e que ainda prevalecem.

Eu por exemplo, tenho duas graduações e um MBA, a primeira graduação nunca usei.

Nem por isso deixo de ir buscar aprendizado e evolução através de cursos e formações, mas agora com avaliação bem mais criteriosa da real necessidade, e da certeza de que irei pôr em prática.

Conhecimento sem prática é perda de tempo.

Certo dia encontrei uma amiga que me disse orgulhosa:

– “Este ano já fiz 16 cursos, e o ano ainda está na metade.”

Quando perguntei o que ela tinha conseguido colocar em prática, ela começou a falar uma coisa aqui, outra ali, e terminou não dizendo.

Os efeitos deste modelo têm gerado o que chamo de “armadilha do conhecimento”, muitos não saem para a prática, pois acham que precisam se preparar mais, e aí vão fazendo cursos atrás de cursos até descobrirem outro ponto de interesse, e entrarem novamente neste mesmo ciclo.

Prática e execução raramente acontecem, gerando assim uma legião enorme de “apreendedores” e de pouquíssimos “executores”.

Quando se fala em investimento no eu, em se conhecer melhor, em pedir ajuda para desvendar os bloqueios e conflitos naturais das fases da vida, muitos relevam, e acreditem, chegam até a perguntar se vai ter certificado de conclusão.

O investir no ser, vem ganhando a sua relevância, mas para muitos, mostrar o título continua sendo mais importante do que de fato, ser este título.

E com isso vão investindo tempo e outros recursos, em busca de expectativas que normalmente só se concretizam em frustações profissionais.

E graças a esta falta de autoconhecimento, não conseguem explorar o que já possuem de bons talentos, e potencial para gerar resultados positivos para si.

Esta é uma das razões de muitos continuam estagnados, e desestimulados profissionalmente.

Investem pesado na satisfação de alguns valores pessoais, sem conhecer o real propósito para suas vidas profissionais e até pessoais.

Enquanto isso, vão em busca de conhecimento externo e esquecem de conhecer a pessoa mais importante de sua vida, eles mesmos.