Tenho percebido uma certa confusão e até mesmo uma mística em torno da prática do networking.
Ao longo dessa carreira que venho atuando como conselheiro para profissionais em busca de recolocação, evolução ou transição de carreiras, percebi em muitos casos uma valorização acessiva para o “networking”.
Muitos destes profissionais e empreendedores, colocam o networking como algo mágico, complexo, vital e algumas vezes até inacessível e trabalhoso para conquistar.
Chegam a afirmar que por não se dedicarem com afinco a “fazerem networking” suas carreiras ou negócios não decolaram como deveriam.
Aliás, o termo decolar é bem apropriado, pois muitos me passam a sensação que estão falando de um avião ou foguete no qual, em se embarcando nada mais se teria que fazer, basta relaxar e aguardar a chegada dos destinos: um bom emprego, um grande negócio e por fim o sucesso.
Mas será que é mesmo assim?
É claro que não!
Não quero dizer com isso que ele não seja importante, só não é a tábua de salvação que venha a justificar ações como: Fazer um curso apenas para “fazer networking”; Ir para aquela academia que custa os olhos da cara, porque lá o “networking” será melhor.
Na minha concepção o networking é relacionar-se, ou melhor, é construir, e principalmente manter uma boa rede de relacionamento verdadeiros, sem ter apenas o “interesse” como fator principal.
O networking encarado apenas como ferramenta de troca, sem relações de confiança e afeto, é bastante perigoso.
Pode virar um toma-lá-dá-cá!
Tenho diversos relatos de casos desastrosos de pessoas que tiveram como pano de fundo a suposta rede de relacionamentos, que na intenção de aceitar algo a título de troca, e até por se deixarem influenciar por ingenuidade, se meteram em péssimos negócios e grandes “roubadas”.
Networking funciona como um namoro ou qualquer outra relação pessoal: enquanto ambas as partes virem vantagens no relacionamento, ele existirá, será forte e ativo.